Um dos livros que estou lendo (quem me conhece sabe da minha capacidade de ler vários ao mesmo tempo e da minha incapacidade de os terminar) é "Conversas na Varanda", de Regina Navarro Lins (Ed. Rocco - 1999). No capítulo 13 ("O capítulo final das novelas") ela escreve:
"Ainda até algumas décadas atrás, quem não casasse tinha uma vida infeliz. A discriminação atingia homens e mulheres. O homem só podia fazer sexo com prostitutas e, depois que passava dos 30, suspeitava-se de sua virilidade. As mulheres solteiras viviam reclusas ou eram mal faladas. Além da incapacidade de se sustentarem sozinhas, não formar um par era associado a não ter uma família, até então único meio de não se viver na mais profunda solidão. Tudo isso causava tanto medo — e para muita gente ainda causa — que era preferível se contentar com uma relação morna, frustrante e mesmo difícil de suportar dentro do casamento a se arriscar viver sozinho.
No entanto, o empenho para se manter uma união insatisfatória vem diminuindo. Principalmente quando se percebe que existe tanta solidão entre os casados quanto entre os solteiros, e que ter alguém ao lado pode nada significar. Um estudo americano comprova isso quando conclui que mulheres e homens casados gastam, em média, apenas meia hora por semana conversando."
Esse texto me fez pensar: quanta infelicidade nos relacionamentos! Claro que não generalizo, mas porque muitos casamentos, que geralmente começam com uma grande paixão, rapidamente evoluem para uma relação morna e desinteressante (quando não estressante)? No que estamos errando? Porque tanta falta de intimidade e felicidade entre parceiros que há pouco tempo se amavam?
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