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20 maio 2008

Um pouco de Epicuro

Antes de mais nada quero destacar que quando trago para o blog textos de pensadores diversos não estou necessariamente assumindo compromisso com todas as suas ideias mas simplesmente propondo para quem lê tais textos uma reflexão acerca das diferentes opções e perspectivas que esses pensadores nos oferecem.
Epicuro (341 até 270 a.C.) é um pensador helenista que, embora não tenha desenvolvido uma filosofia que fosse muito além da realidade material do ser humano, conseguiu enxergar a vida psíquica do homem como poucos em sua época. Para ele a essência do homem é material e por isso seu bem específico (e felicidade) deve ser material. Consequentemente, o bem específico do homem é o prazer, sendo que o limite máximo desejável para o prazer é a quietude (catastemía). Além do mais, Epicuro também considerava os prazeres interiores e psíquicos como superiores aos do corpo, pois são mais duradouros e marcantes.
Embora possamos classificar a ética epicuréia como hedonismo, não se trata de hedonismo como vulgarmente entendido. Para Epicuro o verdadeiro prazer capaz de trazer felicidade ao homem vem a ser a "ausência de dor no corpo" (aponía) e a "falta de perturbação da alma" (ataraxía). Palavras do filósofo: "Assim, quando dizemos que o prazer é bem, não aludimos, de modo algum aos prazeres dos dissipados, que consistem em torpezas, como crêem alguns que ignoram nosso ensinamento ou o interpretam mal; aludimos, isso sim, à ausência de dor no corpo e à ausência de perturbação na alma. Nem libações e festas ininterruptas, nem gozar com crianças e mulheres, nem comer peixes e tudo o mais que uma mesa rica pode oferecer são fonte de vida feliz, mas sim o sóbrio raciocinar, que escruta a fundo as causas de todo ato de escolha e de recusa e que expulsa as falsas opiniões por via das quais grande pertubação se apossa da alma."

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