Nos aterrorizamos o tempo todo com algo que um dia, com certeza, irá acontecer. Esse tormento contínuo nos impede de viver bem pois o tempo todo deixamos de fazer o que desejamos ou precisamos pelo medo de tropeçar com o que, um dia, inexoravelmente virá em nossa busca. Entretanto, a solução não é tentar esquecer ou fingir que a morte não virá. Pior: é inútil achar que tenhamos meios de a evitar. Ao contrário, melhor é sempre se lembrar que a morte um dia virá e, por isso, é tolo a temer. Viver com coragem, despreendimento, faz tudo valer muito mais a pena. Essa é a coragem dos heróis. Essa é a coragem dos profetas. Essa é a coragem das maiores figuras da história. Essa é a coragem de quem não se resigna e deseja ser feliz e fazer diferença.
"O remédio do homem vulgar (comum) consiste em não pensar na morte", escreveu Montaigne. "Isso é uma demonstração de cegueira e estupidez". É um fato notório que quanto menos pensamos na morte, mais somos assombrados por ela. Pensar na morte, para tirar dela o seu poder aterrador, era também a recomendação do imperador-filósofo Marco Aurélio, que comandou o Império Romano em sua última era dourada. E os romanos tinham um provérbio que sempre recitavam para nunca perder a coragem de viver: "memento mori", que significa "lembre-se de que vai morrer".
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