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17 setembro 2010

Desabafo

Me sinto profundamente decepcionado com o eleitor brasileiro. Não porque prefira este ou aquela candidata, mas porque avalia com 80% de popularidade um presidente que declara clara e abertamente (leia-se, impune e debochadamente), em comícios e eventos públicos, seu desprezo pela democracia e ética na política. Este popular presidente não viu o mensalão, não ficou sabendo da corrupção na casa civil (mesmo que várias vezes denunciadas), banalizou diversas vezes ações policialescas de produção de dociês e quebras de sigilo, tentou promover o controle da imprensa, compactua com o aparelhamento do estado por seu partido e sindicatos... E mesmo quando todas essas coisas são denunciadas sua atitude é sempre a de minimizar, rotulando-as de golpismo e ou denuncismo de uma oposição "tacanha" e "baixa". Em qualquer país sério o eleitor se manteria fiel ao partido, mas expurgaria políticos assim. Alguém poderia argumentar que corrupção também existiu em outros governos, até com mais gravidade, com o que eu concordaria. A diferença é que em outros governos tínhamos a oposição forte e inteligente deste mesmo PT que hoje deita e rola com o "usufruto" da máquina estatal. No governo anterior, com a oposição vigilante do PT, por menos, muito menos, tivemos passeatas e movimentos no país inteiro com o slogan "Fora FHC". O fato é que a atual oposição é incompetente em fazer seu papel e o eleitor brasileiro, desculpe dizer, não é diferente dos políticos que elege. Se fosse, não toleraria a corrupção desenfreada e desavergonhada (sem medo de ser punida) que acontece "como nunca antes na história deste país" em troca de um suborno eleitoral, apelidado de bolsa-família, que melhor poderia ser chamado de "vale-pizza". Sei bem que o governo Lula fez muito pelo país, assim como o FHC também fez, mas não aceito que se use isso como moeda de troca para acobertar e desculpar ações criminosas e de corrupção.

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