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24 outubro 2012

Criacionismo x Evolucionismo: O problema não é "como", mas "Quem".

O artigo intitulado "O Conflito Criacionista e Evolucionista no Brasil", publicado na edição número 126 da revista Scientific American Brasil, abre com a pergunta: "o avanço obtido pelo conhecimento científico é capaz de modificar as concepções de origem e evolução da vida na sociedade?".
São os próprios autores, os pesquisadores Rogério F. de Souza, Sílvia Ponzoni, Cássia Thaïs B. V. Zaia e Dimas A. M. Zaia, que apontam o caminho para a resposta ao apresentarem pesquisas que indicam que a aceitação ou rejeição das teorias para a origem do Universo, da vida e da evolução biológica estão relacionadas com o grau de instrução dos pais, renda familiar, orientação religiosa e compreensão da metodologia científica.
O detalhe que merece destaque é que, segundo os pesquisadores, 55% dos estudantes universitários brasileiros afirmam aceitar a evolução biológica e que isso não os obriga a descartar a crença na existência de Deus. Considerando que em outra pesquisa do Ibope citada pelos autores 54% dos brasileiros acreditam que o ser humano surgiu há milhões de anos, mas por um processo dirigido por Deus, temos um panorama interessante para o conflito Criacionismo e Evolucionismo no Brasil: para boa parte dos brasileiros a questão não é exatamente se o homem surgiu há 6.000, há 10.000 ou há 2 milhões de anos, nem mesmo se já surgiu totalmente formado ou se foi o resultado de uma evolução biológica, mas, sim, onde Deus entra nesse processo. O que mais importa para o brasileiro não é "como", mas "Quem". Na sua maioria, mesmo entre os de maior instrução, os brasileiros consideram aceitável a possibilidade do ser humano ser fruto de evolução, desde que Deus participe do processo ou, ao menos, não tenha sua existência refutada pela teoria.

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